[28 dias para o Switch 2] A proposta híbrida: como o Switch mudou o jeito de jogar

A história da Nintendo com videogames sempre foi marcada por uma coexistência pacífica entre seus consoles de mesa e seus portáteis. Cada linha seguia seu rumo, com seu público, sem competir entre si — ao contrário, uma complementava a outra. Essa dualidade ajudou a fortalecer o nome da Big N por décadas, criando experiências marcantes em ambas as frentes.

Mas o Wii U, como relembramos nas matérias anteriores, forçou a Nintendo a mudar drasticamente sua rota. A empresa precisou escolher: ou seguir o caminho seguro e previsível, ou ser ousada. E foi justamente essa ousadia que a trouxe de volta ao topo.

As dúvidas sobre o futuro da Nintendo foram dissipadas em 2017, com uma verdadeira revolução no mundo dos games. Mas a revolução não era gráfica, nem relacionada ao poder de hardware. Era conceitual. O Nintendo Switch nasceu com uma proposta inovadora: permitir que você levasse sua experiência de jogo para onde quisesse. Sem pausas, sem limites, sem depender da televisão da sala.

Em um mundo cada vez mais acelerado, onde as 24 horas do dia parecem não ser suficientes, o Switch se encaixou como uma luva. A ideia de continuar sua aventura em Super Mario: Odissey no ônibus, ou dividir uma partida de Mario Kart em uma pausa no trabalho, deixou de ser um sonho distante, virou parte do cotidiano de milhões.

Essa flexibilidade não apenas chamou atenção: ela mudou o comportamento dos jogadores ao redor do mundo. A promessa de “jogar a qualquer hora, em qualquer lugar, com qualquer pessoa” não era apenas marketing. Era real, prática, e acima de tudo, divertida.

O Switch não só devolveu à Nintendo sua confiança, como também redefiniu o padrão de como queremos jogar. E o mais impressionante? Fez isso com naturalidade — do jeito que só a Nintendo sabe fazer.

A proposta híbrida do Switch impactou diretamente o mercado. A própria relação dos jogadores com os jogos se transformou. As sessões curtas e constantes passaram a compor o dia a dia de muitos, jogando no intervalo do trabalho, na fila do banco ou no sofá enquanto a TV era usada por outra pessoa. A mudança foi tão grande, que fez com que a Nintendo de fato mudasse os rumos do seu plano estratégico: pela primeira vez, um console da empresa que marca uma nova geração recebeu um número sequencial, mostrando o quão certeira foi a decisão que teve início ainda em 2015.

Por mais que o console se apresente de maneira mais fraca em quesitos de hardware, a genialidade da empresa se fez valer em muitos momentos, entregando verdadeiras obras-primas que era possível jogar no modo portátil, algo simplesmente impensável até pouco tempo atrás. Ver The Legend of Zelda: Breath of the Wild rodar com tamanha beleza e fluidez mostrou que a inovação era além do poder.

Um legado consolidado

Hoje, é impossível falar sobre o Nintendo Switch sem destacar sua proposta híbrida, um conceito que não só definiu o console, como também influenciou toda a indústria. O sucesso do modelo inspirou a criação de dispositivos como o Steam Deck, o ROG Ally e tantas outras tentativas de replicar essa liberdade única de jogar.

Se há algo que parece certo para o futuro, é que o Switch 2 não apenas continuará essa visão, como deve expandi-la. Porque o legado do Switch vai além de seus jogos: ele mudou a forma como o mundo joga  e mostrou que inovação, muitas vezes, vem de entender o que as pessoas realmente precisam.